O axioma dessa lei hermética, considerada por alguns a mais importante de todas é: O TODO é Mente; o Universo é Mental.
Tudo que existe é mental antes de ser manifestado. Tudo é primeiramente uma ideia.
Se Deus, o Todo, é tudo o que existe, de onde deriva sua criação?
Usando como base a lei da correspondência (“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”), Deus criaria algo da mesma maneira que o homem.
O ser humano realiza suas criações com matéria-prima advinda da natureza, ou seja, materiais externos a ele criados por uma consciência maior que a sua. Isso já exclui a possibilidade do Todo criar da mesma forma, pois, além de ser a consciência suprema do Universo, não existe materiais exteriores a ele. Outra forma de criação do homem é através da reprodução de sua espécie, o que também é inviável ao Todo pela impossibilidade de se multiplicar ou de se adicionar algo a ele.
Outra opção seria a criação mental, pois sabemos que tudo o que é criado tem sua origem na mente, evidenciando a intervenção de uma inteligência por trás de tudo que existe. Esse tipo de criação é o único que pode ser aplicado ao Todo, sem violar suas leis.
É disso que se trata a lei do mentalismo. Absolutamente tudo faz parte da mente de Deus, já que sua criação é puramente mental.
Ao imaginar que tudo é criação divina, devemos ter em mente que os seres inteligentes desse Universo são cocriadores. Nós cocriamos nossa realidade, assim como fomos cocriados pelo Logos planetário, que foi cocriado pelo Logos solar e assim sucessivamente. As individualidades vão expandindo seu pacote de informação e, conforme evoluem, conquistam a capacidade de cocriação. Nesse processo, uma mente superior sempre se sobrepõe a uma inferior.
Os princípios universais, as leis – biológicas, matemáticas, físicas, químicas, etc. – são criações do Todo, e todos os seres capazes de cocriar devem, obrigatoriamente, seguirem esses princípios e leis, por isso dizemos cocriador, e não apenas criador.
A lei do mentalismo está em total acordo com o Mundo das ideias de Platão. Segundo esse grande filósofo, o mundo físico é apenas uma sombra ou reflexo imperfeito de um mundo superior e eterno, onde se encontram os arquétipos. Quanto mais a ciência avança, mais se aproxima desse pensamento (teoria das cordas, observador e observado, big ban, etc.).
De toda forma, é muito reconfortante a ideia de que os eventos que ocorrem na nossa vida se originam em nossa própria mente. Ao expandir a consciência, saímos de um paradigma onde as coisas acontecem ao acaso ou por obra de Deus, e passamos a nos considerar os únicos responsáveis por nossa realidade. Para os indolentes, que sentem a necessidade de culpar alguém por seus fracassos e sofrimentos, essa informação pode não ser muito agradável, no entanto, para quem busca por respostas e almeja a felicidade, esse conhecimento parece extremamente justo. Deus nos concedeu tudo o que é necessário para alcançarmos a felicidade. Isso é de uma sabedoria incrível, principalmente pelo fato de todos possuírem o mesmo potencial e as mesmas oportunidades. Claro que para enxergar as coisas dessa forma, como realmente são, precisamos ampliar nossa visão de mundo e considerar as diversas existências… e também o livre-arbítrio.
A lei do mentalismo nos permite a percepção de que o mundo material não é tão “concreto” quanto nos parece. Está mais para um grande sonho, onde tudo é instável e pode se transformar de uma hora para outra. A ciência já comprovou a incrível capacidade do nosso cérebro se adaptar a diversas situações.
A plasticidade mental refere-se à capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar ao longo da vida em resposta a novas experiências, aprendizado, lesões ou mudanças ambientais. É uma característica fundamental do cérebro humano e está presente em todas as idades, inclusive durante o processo de envelhecimento.
Os antigos já sabiam que, através da Alquimia, era possível realizar a transmutação mental, ou como costumavam dizer, transformar chumbo em ouro. A nível mental, isso significa transmutar elementos brutos como pensamentos negativos, traumas e sombras em algo nobre como o ouro, que é o mais maleável de todos os metais e brilha como o sol.
Ao elevar a vibração mental, mediante a “limpeza” do nosso pacote de informação, é possível obter o grau necessário de poder para dominar as grosseiras condições físicas e até mesmo influenciar os elementos da natureza. Ao realizar essa transmutação mental, permitimos a maior atuação de nosso Ser de Luz, fazendo nossa essência brilhar assim como o ouro.
Se o Universo é mental na sua natureza, a transmutação mental pode ser considerada a chave para alterar as condições de vida. Essa lei divina nos mostra que a felicidade está em nossas mãos.
“Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaço e da Mobilidade, está
sempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental.”
O CAIBALION