O tema espiritualidade é frequentemente associado a conceitos como religião, espíritos e mediunidade. No entanto, essa concepção está, de certa forma, distorcida.
Uma pessoa que emana paz e sabedoria pode ser considerada mais espiritualizada do que muitos que frequentam templos religiosos ou que praticam as diversas formas de mediunidade por exemplo, os quais por vezes se concentram tanto no mundo além deste que negligenciam viver plenamente no aqui e agora.
Ser espiritualizado está intimamente associado à consciência de quem realmente somos: Seres de Luz vivenciando o mundo material. E esta consciência está intrinsecamente relacionada ao processo de autoconhecimento.
Atualmente, estamos imersos na experiência da realidade física, e é aqui que devemos direcionar nossa energia, cuidando do nosso corpo físico, emocional e mental. Por outro lado, não devemos nos confundir pensando que nossa existência se limita apenas a trabalhar, ganhar dinheiro ou criar filhos. Apesar de estarmos presentes neste plano material, não é sábio nos identificarmos excessivamente com a matéria, pois esses aspectos materiais não são o que verdadeiramente importa. Devemos encarar nossas responsabilidades terrenas com amor e dedicação, buscando desempenhá-las da melhor maneira possível. No entanto, é essencial manter a clara consciência de que nossa maior missão neste mundo é cumprir a Jornada do Herói. Isso significa comprometer-se com o constante processo de crescimento pessoal, autoconhecimento e transformação. Como seres em construção, nossa integridade e aprimoramento interior são os verdadeiros objetivos a serem alcançados. Isso é espiritualidade.
Portanto, o ideal é buscarmos o equilíbrio entre o material e o espiritual. Buda, em seus ensinamentos sobre o Caminho do Meio, enfatiza a importância de encontrar um equilíbrio entre os extremos, evitando tanto o excesso quanto a deficiência em todas as áreas da vida para alcançar a paz interior, a sabedoria e a libertação do sofrimento.
Considerando que a matéria é apenas uma manifestação do aspecto espiritual, é importante ressaltar que, ao mencionar o termo “espiritual”, estou me referindo a tudo o que existe em um estado vibracional, além do que é tangível aos nossos sentidos físicos. Isso abrange não apenas objetos ou entidades invisíveis, mas também pensamentos, emoções e sentimentos que permeiam nosso ser e o mundo ao nosso redor.
Na minha perspectiva, as pessoas devem priorizar o autodesenvolvimento, porém, se decidirem ajudar outros por julgarem que se encontram prontas para isso, que se concentrem em auxiliar aqueles que ainda estão vivos. Nosso Ser de Luz é perfeito, dispensando qualquer necessidade de assistência ao se desligar dos nossos corpos mortais. Embora seja significativo auxiliar as energias que transitam no plano astral, deve-se compreender que não é exatamente tal trabalho que o Universo espera de nós.
Para aqueles que são mais sensitivos e frequentemente ouvem conselhos como “Você precisa trabalhar sua espiritualidade”, quero destacar que o mesmo não necessariamente implica desenvolver habilidades mediúnicas, isto é, servir como um canal entre os dois planos. Em vez disso, o foco deve ser direcionado para o trabalho interno e a busca da verdade, visando elevar a própria vibração para atrair apenas energias positivas, ou o que podemos chamar de “espíritos de luz”.
Em última análise, uma pessoa espiritualizada é aquela capaz de dominar a si mesma, vivendo em coerência com seus valores e virtudes, o que naturalmente resulta em uma vida tranquila, próspera e feliz.