Será que nossa vida está predestinada, ou temos o poder de moldar nosso destino através do livre-arbítrio?
Esta é uma questão existencial profunda, palco de muitos debates e controvérsias entre filósofos e buscadores da Verdade. Alguns argumentam que o destino está predefinido, enquanto outros acreditam no livre-arbítrio.
Para esclarecer essa questão, vamos abordar o tema: automatismo versus consciência. Essa dualidade presente em nossas vidas está intrinsecamente ligada ao debate sobre destino e livre-arbítrio. Enquanto o automatismo nos leva a agir de maneira impulsiva ou instintiva, seguindo padrões pré-estabelecidos ou reações habituais, a consciência nos permite refletir sobre nossas ações, considerar diferentes opções e tomar decisões conscientes e deliberadas com base em nossos valores e objetivos.
É possível viver uma vida inteira com os mesmos padrões de comportamentos definidos pelo sistema de crenças construído ainda na infância. Embora as informações continuem sendo adicionadas ao “nosso pacote” durante toda vida, muitas vezes fortalecendo nossas convicções, o alicerce que sustenta nossas principais crenças já foi definido e a base da nossa personalidade já está formada.
Estudos recentes mostram que passamos a maior parte do nosso dia no “piloto automático” e que muitas das nossas decisões são tomadas antes mesmo que estejamos conscientes delas. Isso indica que, geralmente agimos ou tomamos decisões de forma totalmente inconsciente.
Nosso pacote de informação opera de maneira automática quando não estamos conscientes. Quando o cérebro processa uma informação, é necessário que estejamos atentos (conscientes, no aqui e agora) para podermos nos utilizar do livre-arbítrio.
Frases comuns como: “Eu nem sei por que falei aquilo”, “Não sei por que agi daquela forma”, ” Quando percebi já tinha feito”, demonstram a ausência de um pensamento consciente.
Ainda que fatores como o automatismo, a genética, o padrão de comportamento e os hábitos possam determinar nosso futuro, é totalmente possível alterá-los.
A epigenetica, um campo fascinante da ciência, afirma que, embora nossa genética inicial possa nos predispor a certas características ou condições, nossas escolhas de estilo de vida, ambiente e experiências podem modificar a forma como esses genes são ativados ou desativados, ou seja, somos capazes de alterar nosso próprio DNA.
Considerando que criamos nossa própria realidade, que o acaso não existe, assim como sorte ou azar, e que também não existem vítimas e sim uma justiça divina, não temos desculpa alguma para justificar qualquer infelicidade apresentada na nossa vida. Somos responsáveis por tudo que nos acontece, e quanto mais rápido iniciamos nossa jornada interior, melhores serão nossos resultados.
O livre-arbítrio existe, mas somente para aqueles que se libertam do automatismo e tomam às rédeas de seus pensamentos, emoções e ações. É preciso praticar a divina presença, ou seja, driblar a programação instalada através da atenção plena no momento presente.
O processo de autoconhecimento é fundamental para a aplicação do livre-arbítrio. A autoobservação constante nos liberta das amarras a que estamos aprisionados, permitindo o poder de escolha. Podemos dizer que: o destino já está traçado desde a infância para aqueles que vivem no automatismo, porém, um homem consciente, utiliza seu livre-arbítrio para criar seu próprio destino.
A perfeição do Universo é incontestável. O homem, que ainda se encontra em processo de construção, é quem está sujeito a imperfeições, geralmente devido à ignorância e à falta de consciência. Este é o estágio atual da humanidade e faz parte da jornada terrena, onde enfrentamos dualidades para aprender com os contrastes.
À medida que elevamos nosso nível de consciência, podemos empregar o livre-arbítrio de maneira mais adequada, criando uma realidade mais feliz e alinhada com nossa verdadeira Essência.